Cristina Branco A Doutora
A Doutora
Não terá por aí
Uma cabeça a mais
Que me dispense?
É que esta pesa, afunda entre os ombros
Não larga o que passou
Não quer saber
O que aí vem
A Doutora
Deve ter por aí
Um braço ou dois a mais
Que me abracem
É que estes nem para estender me servem
E a roupa lá ficou
No chão ao sol
A engelhar
Eu cá não sou de me queixar
Eu cá não sou de me queixar
A Doutora
Não diga que não tem
Uma mãozinha a mais
Eu agradeço
As minhas tremem a pedir a conta
E nem para desenhar
Gestos no ar
Elas me servem
A Doutora
Passava-me a receita
Será abuso meu?
Só entre nós
Um cocktail de sonhos cor de rosa
Às vezes eu nem sei
Se quero mais
Ao que cheguei
Doutora Paula
Eu sou paciente
Que paciência a sua
É que eu não sei o que fazer à sexta
Não me dê alta
E a vida de café e croissant
P'ra mim não dá
Eu cá não sou de me queixar
Eu cá não sou de me queixar
Eu não sou de me queixar
Eu cá não sou de me queixar
Eu não sou de me queixar
Eu cá não sou de me queixar