Cristina Branco Boatos
Dizem por aí, desde o dia em que apareci
Que não há um lar seguro na cidade
Muito patoá se ouve no salão de chá
Sobre o que esta sabe a outro ouviu dizer
É o senhor doutor, é o juiz, é o prior
Que nao falta é suspeitos das andanças
Tudo o que é marido, pelos vistos eu persigo
Até me chamam menina das alianças
Mas são boatos, são só boatos
Ninguém sabe quem eu sou, o que eu faço, de onde vim
São boatos, são só boatos
Todos falam mas ninguém conhece os factos
Não passam de boatos
Dizem que conheço camas grandes, mansões
Apesar de ter um pobre apartamento
Na rua de S.Brás, vinte e sete, 5º trás
Onde o escândalo veio a acontecer
Homens bem casados diz que esbanjam ordenados
Em floristas, prendas, jóias e jantares
Agem sem alarde mesmo quando chegam tarde
Têm sempre um álibi para escapar
Mas são boatos, são só boatos
Ninguém sabe quem eu sou o que eu faço de onde vim
São boatos, são só boatos
Todos falam mas ninguém conhece os factos
Não passam de boatos
Na verdade o que é que importa
Se fico só quando chega o amanhecer
Resta-me um pouco que me bate à porta
E se alguém me perguntar
Ainda tenho de dizer
São boatos, são só boatos
Ninguém sabe quem eu sou o que eu faço de onde vim
São boatos, são só boatos
Todos falam mas ninguém conhece os factos
São boatos, são só boatos
Ninguém sabe quem eu sou o que eu faço de onde vim
São boatos, são só boatos
Teorias, fantasias, aparatos
Devaneios, mexericos, desacatos
Todos falam mas ninguém conhece os factos
Não passam de boatos