Cristina Branco Casa
Uma cama num quarto
Numa rua vazia
Da janela a ponte
De um rio ao longe
Uma cidade dorme
Na sua quietude, um espelho
Meus sulcos, meus cabelos
O meu nome
E quantas vidas cabem numa voz?
Se quando me dou é p'ra abreviar
O imenso que habita em mim
Quantas vidas cabem numa voz?
Saí sem dizer adeus
Voltei sem ruído
O gato, o quadro, as flores
O cheiro a casa
E p'ra não acordar
A saudade de quem espera
Trago o sorriso
E os meus pés descalços
Quantas vidas cabem numa voz?
Se quando me dou é p'ra abreviar
O imenso que habita em mim
Quantas vidas cabem numa voz?
Se quando me dou é p'ra abreviar
O imenso que habita em mim