Cristina Branco Soneto Destruido
Talez logo na berma duma estrada
Um par se beije transtornadamente
E o destino os separe de repente
Entre as duas e as três da madrugada
Talvez a lua fria os desinvente
E só lhes traga sombras e mais nada
E por saída só lhes dê a entrada
Para o túnel da noite à sua frente
Talvez então as faces se desolem
Talvez depois em cinza e solidão
A aurora ponha um luto, talvez colem
As nuvens o seu dorso rente ao chão
Talvez por não ousar ninguém mereça
O que viveu. Talvez não amanheça