Eduardo Patricio Saudade
Hoje que a mágoa me apunhala o seio
E o coração me rasga atroz imensa
Eu a bendigo da descrença em meio
Porque eu hoje só vivo da descrença
A noite quando em funda soledade
Minh’ alma se recolhe tristemente
Pra iluminar-me a alma descontente
Se acende o círio triste da saudade
E assim afeito às mágoas e ao tormento
E à dor e ao sofrimento eterno afeito
Para dar vida à dor e ao sofrimento
Da saudade da campa enegrecida
Guardo a lembrança que me sangra o peito
E que no entanto me alimenta a vida