Luis Severo Olho De Lince
[Verse 1]
Eu vinha de um lugar onde nada se parecia
Com o teu passo calmo de Alvalade ao fim do dia
Tentavas explicar mas poucas vezes te ouvia
Vivia p'ra sonhar a minha própria mania
Mas lá me apaixonei pelos teus jeitos de raposa
Iludido com a cidade começaste a fazer troça
Eu quase com dezoito a respirar extasiado
Só queria absorver o mundo contigo ao lado
[Refrão]
Corremos Portugal no verão
E em setembro não quis dar-te razão
Dizias que é bom ter olho de lince
Não vá a quimera morrer nessa contenda
Não feches teu olho de lince
Que isto aqui é Lisboa cada qual que se defenda
[Verse 2]
Fui para a tua faculdade e ficamos mais parecidos
Se soltava uma farpa era mel para os teus ouvidos
Vá lá não sejas prato para os tontos dos teus amigos
Dizias-me em segredo c'os teus olhos decididos
Que à mesa do café tu só tens de ter certezas
Se não tens não faz mal ou imitas ou inventas
Com o teu ar natural quem dirá que não tens norte
P'ra ti banalidade é sempre palavra forte
[Refrão]
Aproximou-se outro verão
E aos poucos já te ia dando razão
Dizias que é bom ter olho de lince
Não vá a quimera morrer nesta contenda
Não feches teu olho de lince
Que isto aqui é Lisboa cada qual que se defenda
[Verse 3]
Mas quando me trocaste finalmente aceitei
Que é melhor andar à toa sem me olhar a ninguém
Bati com a cabeça uns três anos aos caídos
Até que um novo amor me devolveu os sentidos
[Refrão]
E hoje longe do coração
Eu só te lembro p'ra lembrar esta lição
Que é bom ter olho de lince
Não vá a quimera morrer nesta contenda
Não feches o olho de lince
Que isto aqui é Lisboa cada qual que se defenda
Isto aqui é Lisboa cada qual que se defenda
Isto aqui é Lisboa cada qual que se defenda
Que isto aqui é Lisboa cada qual que se defenda
[Outro]
Que isto aqui é Lisboa cada qual que se defenda
Que isto aqui é Lisboa cada qual que se defenda
Que isto aqui é Lisboa cada qual que se defenda
Que isto aqui é Lisboa cada qual que se defenda